sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Corredores Ecológicos Urbanos?

Desde o "descobrimento", a invasão de europeus no Brasil promoveu uma profunda transformação na paisagem natural. Aos poucos, as grandes áreas ocupadas pela vegetação diversificada da Mata Atlântica deu lugar a singularidade da cana-de-açucar. No cerrado, com a expansão da atividade pecuária, o frágio ambiente foi gradativamente perdendo biodiversidade. A mineração, nos rincões da Floresta Amazônica, repercutiu na abertura de extensas áreas, posteriormente ocupadas pelas atividades humanas (indústria, comércio e serviços). Como resultado desse processo, se observa no nosso país a formação de verdadeiras ilhas de biodiversidade.
A iniciativa de criar, em rítimo crescente, Unidades de Conservação da Natureza, apesar de positiva, por si só não garante a continuidade do processo evolutivo dos ecossistemas. As interações físicas e genética entre animais, plantas e demais elementos constituintes da paisagem (sedimentos, água, calor, frio, etc.) permitem a formação de novos seres, novos ambientes, novas genéticas. Dada a multabilidade vivenciada no planeta, a evolução sugere a preservação do contato entre os ambientes.
Nessa perspectiva, como proposta de preservação das interações ambientais entre ecossitemas diferentes, se apresenta a criação de Corredores Ecológicos, que numa conceituação mais ampla constituem "áreas de união entre remanescentes florestais possibilitando o livre trânsito de animais e a dispersão de sementes das espécies vegetais, permitindo trocas genéticas entre fauna e flora, bem como a conservação da biodiversidade".
Genericamente, quando se fala em Corredores Ecológicos, os principais autores da Conservação Ambiental tratam o tema numa escala macro, abrangendo grandes áreas e envolvendo tradicionalmente os biomas. Nossa proposta que colocamos para o debate é o resgate do princípio que subsidiou a criação deste blog, ou seja vamos utilizar o arcabouço epistemológico da Conservação da Biodiversidade numa escala micro, ou seja, também para as áreas urbanas. Uma cidade que apresenta em seu território uma quantidade significativa de Parques, Áreas de Preservação Permanente (APP's) e demais áreas protegidas está realmente integrada na perspectiva de promover a diversidade biológica? Acredito que sem uma articulação que permita a integração desses espaços, dificilmente o isolamento genético e ambiental será superado. O desafio que se põe para as áreas urbanizadas é a conciliação do natural com o artificial. Entretanto, o foco no reforço na arborização pública, permitindo uma ampliação de corredores viários arborizados, já seria um bom começo nessa experiência micro de corredor ecológico urbano. Comentem...

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