sábado, 17 de janeiro de 2009

Primeira chuva de 2009

Quando acordo no dia 16 de Janeiro de 2009, me deparo com um céu nublado e carregado de nuvens, anunciando a primeira chuva do ano. Que alívio! Pensei... Depois de meses e meses, sofrendo com inúmeras queimadas, que ocorreram no decorrer do ano passado na Zona de Proteção Ambiental 1 de Natal, onde trabalho, logo pensei que estaria mais distante dos problemas ambientais que mais acometem a ZPA-1. Logo imaginei a vegetação se recuperando da devastação promovida pelo homem; o solo paulatinamente resgatando seu horizonte orgânico; os animais se propagando; etc... Bem, depois de acordar, percebo que a abstração estava distante. A chuva, de pouco mais de 100mm, logo mostrou sua face mais destrutiva. Muitas erosões ocorreram, principalmente nas trilhas naturais abertas pelos antigos visitantes da área. Os moradores carentes, que moram em comunidades localizadas na base das vertentes do entorno da área, trabalharam na limpeza extremamente abalados. Muito lixo sendo carreado para as galerias de drenagem das vias que circundam a ZPA. Muros sendo derrubados pela força das águas e das areias. Ocorreu-me! Será que isso teria acontecido se o homem não estivesse posto seus pés na área? Bem, mais como? Privá-lo da natureza! Expurgá-los do espaço? Mandá-los para a lua! Falta de bom senso cogitar esses impropérios. Pode até parecer ingênuo cogitar que alguém faça tais colocações. Mais essas declarações estão camufladas em discursos do dia-a-dia. Bem, voltando ao assunto. Apesar de toda estrutura, possível de ser projetada pelo homem, a violência das águas não teria poupado nem as áreas virgens. Com ou sem homem, a paisagem é dinâmica. Cabe uma reflexão equilibrada. Todavia, sempre se tendo uma atenção espacial para a parte mais frágil de defensores. Bem, assim é a natureza, como dizia Fridjof Capra, "uma complexidade" constituída pela interface de inúmeras variáveis, inclusive o "homem". Muito me estranha a tentativa de alguns estudiosos de não destacarem o homem como elemento da Natureza. São eles próprios originalmente sintéticos? Vamos pensar um pouco...